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Harmonia I

aula 25 - Dominantes/subdominantes secundárias no modo menor

José Henrique Padovani

tópicos:

1. introdução
2. modo menor: características tonais e polarizações
3. usos de dominantes secundárias no modo menor
4. usos de subdominantes secundárias no modo menor
5. exemplo

1. introdução

Adaptado do Capítulo 2, ítem 14, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 165–168)

Embora o assunto dessa aula seja menos extenso, ele está separado em uma aula individual porque não se encaixaria facilmente nos tópicos das demais aulas.
O modo menor possui características específicas que devemos levar em conta quanto ao uso de dominantes e subdominantes secundárias.
Em parte, essas características estão relacionadas às especificidades, abordados na aula 23, de emprego e tratamento de funções relativas do modo menor.
Caso ainda tenha dúvidas quanto às epecificidades do modo menor e quanto de emprego de acordes relativos em contextos menores, recomendo que você volte nos materiais de estudo da aula 17 [parte 1] e da aula 23 antes de ver o conteúdo dessa aula.

2. modo menor: características tonais e polarizações

Como vimos anteriormente, o modo menor possui a característica distintiva de contar com um repertório de 9 alturas distribuídas em 7 graus escalares: a 6̂ e 7̂ notas da escala se desdobram em versões ascendente e descendente, o que torna necessário tomar certos cuidados de condução (vistos na aula 17 [parte 1] ).
Além disso, como visto na aula 23, é comum que uma peça em modo menor tenha sua forma articulada a partir de polarizações harmônicas entre a t e a tR (e não, como ocorre nos modos maiores, entre T e D).
Essas características fazem com que o uso de dominantes e subdominantes secundárias tenha um papel menos relevante no modo menor em comparação ao que ocorre no modo maior.
Outros aspectos relacionados a isso, serão abordados nos tópicos a seguir.

3. usos de dominantes secundárias no modo menor

Seja na sua forma completa ou em suas formas incompletas (com fundamental omitida), as dominantes secundárias mais empregadas nos modos menores são aquelas que:
1. favorecem a criação de polarização com a tR - portanto, (D)tR
2. não ameaçam a estabilidade da t - de La Motte cita, por exemplo, a (D)s, já que a alteração não cria o deslocamento para um campo harmônico distante.
É menos frequente, de qualquer maneira, no modo menor, o uso de dominante da dominante, tendo em vista que as alterações necessárias para criar a sensível, nesse caso, acabam por adicionar notas mais distantes do campo harmônico escalar da tônica.
Como princípio geral, as polarizações à tR e à s criam menos instabilidade para a tônica.
Outros deslocamentos, no entanto, podem ocorrer, caso o objetivo seja justamente o de enfraquecer a tônica para criar modulações.

4. usos de dominantes secundárias no modo menor

Com relação a subdominantes secundárias (que, de qualquer maneira, são mais raras mesmo em modo maior), pode-se fazer as seguintes observações
1. não é interessante o uso da (S)S (subdominante maior da subdomiante), tendo em vista que esse acorde é o mesmo da (D)tR, e é difícil evitar o seu papel tensionador em relação ao campo da tonalidade relativa.
2. o uso da (s)s (subdominante menor da subdomiante), no entanto, pode ocorrer ocasionalmente.

5. exemplo


Nikolaus Harnoncourt
https://youtu.be/K5B9wEhHLX4

[uso de dominantes secundárias no modo menor - Coral 48 / BWV26/6]
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