A Musicoterapia consiste numa modalidade terapêutica que utiliza a música e seus elementos para propiciar um atendimento visando a uma melhor qualidade de vida do indivíduo e da sociedade por meio de prevenção, reabilitação, e/ou tratamento de necessidades físicas, psíquicas e/o sociais. Apesar de trabalhos de musicoterapia na área social existirem há várias décadas, somente desde a Resolução 17 do Conselho Nacional de Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União em 20 de junho de 2011, o profissional musicoterapeuta passou a oficialmente integrar a equipe de referência da Assistência Social, habilitado para atuar nos três níveis de Proteção Social: Básica; Média Complexidade; e, Alta Complexidade. A musicoterapia na área social caracteriza-se por ações centradas no enfrentamento de situações de vulnerabilidades e risco fortalecendo a grupalidade, a comunidade e o desenvolvimento de estratégias de emancipação e autonomia. Assim, o fazer musical na ação social é um mecanismo que permite a construção de laços e interações capazes de transcender as palavras e acionar forças de pertencimento e solidariedade (GUAZINA et al, 2011). As ofertas da assistência social organizam-se em dois tipos de proteção: a proteção social básica que tem como objetivos prevenir situações de risco social através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; e, a proteção social especial, voltada a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infanto-juvenil, dentre outras. O projeto Musicoterapia Social está vinculado ao Curso de Graduação em Música – Habilitação em Musicoterapia da UFMG e visa a oferta de intervenções musicoterapêuticas individuais e/ou grupais a crianças, jovens, adultos e idosos de Belo Horizonte e região, em situação com necessidade de proteção social básica ou especial. Estas intervenções musicoterapêuticas serão realizadas nos locais onde os serviços de proteção social são realizados ou necessários, isto é, nos Centros de Referência de Assistência Social, em unidades básicas de Assistência Social, em instituições socioassistenciais públicas ou não-governamentais (abrigos, centros de acolhimento, Centros de Atendimento à Criança e ao Adolescente, Juventude, ou Idosos, unidades de internação para adolescente em conflito com a lei, dentre outras).