"O Violão em múltiplas perspectivas"
 I Colóquio Artístico-científico VIOrizontes

Idealização: Flavio Barbeitas

Comissão Organizadora: Flavio Barbeitas, Eduardo Campolina, Fernando Araújo, Victor Vale, Cláudia Garcia

 atividades programadas

 Palestras

  • Loque Arcanjo (UEMG) – “O violão de Heitor Villa-Lobos: modernismos e perspectivas historiográficas”

(11/05, 09:00)

Nas últimas décadas, a historiografia sobre a trajetória e a obra de Villa-Lobos redimensionou os significados de sua produção para a cultura brasileira. Em meio às redes de sociabilidade desenhadas ao longo de sua trajetória artística, Villa-Lobos estabeleceu alianças, aproximações, mas também produziu distanciamentos e rupturas em relação às mais diversas correntes musicais e artísticas. A construção e o papel destas redes reverberam na obra para violão do compositor produzindo intertextualidades musicais rediscutidas pelos trabalhos acadêmicos mais recentes dedicados ao estudo analítico das estruturas musicais de suas peças escritas para o instrumento. Na mesma direção, os estudos históricos que se caracterizam pelo levantamento e análise de novos documentos, tais como cartas, jornais, revistas, iconografia e obras musicológicas reavaliam o lugar da produção violonística de Villa-Lobos em relação aos modernismos no Brasil.  Dentre as interpretações até então pouco tratadas pela historiografia, destaca-se o papel de Villa-Lobos na internacionalização da música brasileira em outros centros além da França e dos Estados Unidos, em especial, como “embaixador” musical do Brasil na América Hispânica, papel desempenhado, por exemplo, em sua visita ao Uruguai e à Argentina em 1940. Em relação a estas releituras musicológicas, qual seria o lugar da produção violonística do compositor?  Como articular a literatura musicológica sobre sua obra para violão ao redimensionamento historiográfico acerca os modernismos no Brasil? Quais diálogos possíveis entre o estudo da internacionalização de sua obra e sua produção para o violão? Como a renovação documental das pesquisas historiográficas podem trazer novas problemáticas para o estudo da produção violonística do compositor?

 

  • Guilherme Paoliello (UFOP) – “A música latino-americana em seu labirinto”

(12/05, 09:00)

Busca explorar três classes de problemas e campos de estudos relativos à música contemporânea de concerto latino-americana: (1) Identidade: considerando possíveis características definidoras como a diversidade de manifestações, os hibridismos, as adesões e rupturas; (2) Criação: considerando aspectos de invenção e epigonismo, misturas, produção, linguagens, ensino e formação; e (3) Difusão: onde se discutirá os problemas de integração, redes, circulação e intercâmbios entre sujeitos e instituições.

 

  • Ines Loureiro (residente pós-doutoral PPGMUS-UFMG) – “Jobim violonista”

(12/05, 14:00)

Celebrizado como maestro e pianista, Tom Jobim (1927-1994) teve o violão como seu primeiro instrumento. O aprendizado se deu em ambiente doméstico, com dois tios que tocavam repertórios distintos – erudito e popular. Embora não se considerasse violonista, Jobim fez inúmeras gravações e apresentações ao violão (sobretudo nos EUA da década de 1960). Nesses registros o vemos em performances bem elaboradas e desenvoltas, que mostram um estilo muito pessoal, inclusive, mas não apenas, na condução rítmica da bossa nova.

 

Recitais-palestra

  • Cláudia Garcia – UEMG (11/05, 14:00) – “Mulheres violonistas: percursos e desafios”

A palestra abordará a atuação das mulheres na história do violão por meio de uma exposição panorâmica envolvendo importantes intérpretes e compositoras. A fim de recuperar a presença feminina no cânone violonístico – marcadamente masculino –, intenta-se discutir sobre os processos históricos, culturais e sociais que reiteram os mecanismos de poder, privação e silenciamento das produções realizadas por mulheres. Para isso, além dos aspectos teóricos e registros audiovisuais, a palestra será ilustrada com performance ao vivo de repertório selecionado. Com isso, ao revisar narrativas e recuperar a memória das atividades de mulheres violonistas, espera-se contribuir para a inclusão de suas expressões artísticas no cenário relacionado ao instrumento.

Repertório

Madeleine Cottin (1876-?, França): Éstudes récréatives nº3, Andantino

Lisanella Gentili (?-?, ed. 1928-29, Itália): Reminiscenze

Madame Sidney Pratten ou Catharina Josepha Pelzer  (1821-1895, Alemanha): Forgotten (nº 77 Impromptu)

Carmen Guzman (1925-2012, Argentina): Vals nº 7

Conceição Tavares Coimbra (?-1911, Minas Gerais): Valsa – Saudades de ante-hontem

Maria Linnemann (1947, Holanda): Juliette*

Ida Presti (1924 -1967, França): Danse d’Avila*

 

*Duo de violões: Cláudia Garcia e Flavio Barbeitas

 

  • Bruno Madeira (13/05, 11:00) – “Vertentes da música latino-americana para violão solo”

A música latino-americana é conhecida por sua riqueza cultural e diversidade sonora, com características singulares que representam tradições de cada país. Para evidenciar e valorizar essa riqueza, o violonista Bruno Madeira apresenta um recital-palestra com um repertório de compositores de quatro países: Cuba, Argentina, México e Brasil. No recital, o público terá a oportunidade de apreciar obras de Leo Brouwer, Ariel Ramirez, Astor Piazzolla, Manuel Ponce e Radamés Gnattali. Além de apresentar as obras, o violonista compartilhará detalhes sobre aspectos composicionais (destacando ritmos, formas e harmonias características), históricos e interpretativos (enfatizando a técnica e expressão ao violão), que possibilitarão uma apreciação aprofundada de diversas vertentes da música latino-americana do século XX.

 

Repertório

Leo Brouwer (1939): Canción de Cuna

Radamés Gnattali (1906-1988): Pequena Suíte

Manuel Ponce (1882-1948): Sonatina Meridional

Ariel Ramirez (1921-2010): Balada para Martín Fierro

Astor Piazzolla (1921-1992): Primavera Porteña (arr. Sérgio Assad)

 

Concertos Temáticos

  • Concerto I (11/05, 19:30) – 100 anos de Violões brasileiros: expressões nacionais e belo-horizontinas

curadores: Marco Teruel e Dudu Barretto

Programa

  • Villa-Lobos e o nacional-modernismo

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Choros nº 2

violões: Dudu Barretto e Daniel Christófaro

Francisco Mignone (1897-1986)

Estudo nº 9

violão: Leonardo Amorim

 

  • Compositores Violonistas

Egberto Gismonti (1947)

Água e vinho

violões: Dudu Barretto e Daniel Christófaro

Paulo Bellinati (1950)

Jongo

violões: Dudu Barretto e Daniel Christófaro

Maurício Ribeiro

Suíte Brasileira

I – Lento

II – Allegro Gracioso

III – Allegro con moto

violão: Giuliano Coura / flauta: Alef Caetano

 

  • Outras linguagens

Guilherme Castro (1972)

Vilarejo dos Lobos

I – Vila

II – Relógio

III – Lobos

IV – Brejo

V – Villa-Lobos

violão: Giuliano Coura / flauta: Alef Caetano

Rogerio Vasconcelos (1962)

Tensibilia III

violão: Artur Miranda Azzi

 

  • Repercussões e desdobramentos

Roland Dyens (1955-2016)

Saudades nº 3

violão: Leonardo Amorim

 

  • Concerto II (12/05, 19:30) – O violão tradutor

curadores: Victor Vale e Michel Maciel

Programa

J.S. Bach (1685-1750)

Suíte BWV 997 (transcrição Victor Vale)
Prelude – Fugue – Sarabande – Gigue

violão: Victor Vale

 

Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948)

Canções para canto e piano (transcrição Anderson Reis)

violão: Anderson Reis / canto: Caroline Peres

  • Madrigal (texto: Octávio Kelly)
  • Samaritana da Floresta (texto: O. Lorenzo Fernandez)
  • Coração Inquieto (texto: O. Lorenzo Fernandez)
  • Meu pensamento (texto: Renato Almeida)
  • Ó, Vida minha (texto: Belmiro Braga)
  • Trovas de Amor (texto: Múcio Leão)
  • Serenata (texto: Menotti Del Picchia)
  • Dentro da noite (texto: Ronald de Carvalho)

Bela Bartók (1881-1945)

Suite para piano op. 14 (transcrição: Michel Maciel)

I -Allegretto

violões: Duo Vincens-Maciel (Guilherme Vincens e Michel Maciel)

 

Alberto Ginastera (1916-1983)

Sonata para piano nº 1, op. 22 (transcrição Sérgio Assad)

  1. Allegro marcato
  2. Presto misterioso

violões: Duo Vincens-Maciel (Guilherme Vincens e Michel Maciel)

 

  • Concerto III (13/05, 17:00) – O violão experimental e contemporâneo

curadores: Eduardo Campolina e João Morales

Programa

  1. Piazolla/J. Morales

Noches de Verano Porteño

Violão: João Morales / Video: João Morales e Eduardo Campolina

 

  1. Miranda Azzi/J. Morales

Méditation, Faite à la Lecture du Traité de Nomadologie

Violão: João Morales / Vídeo

 

Guinga/S. Barroso

Cheio de Dedos

Violão: Sebastián Barroso / Vídeo: Marina Marcon

 

  1. Reich

Nagoya

Violões: Sebastián Barroso e Luigi Brandão

 

  1. Steen-Andersen

Next to Beside Besides #13

Violão: Artur Miranda Azzi / Vídeo

 

  1. Kampela

Estudo Percussivo III

Violão: Artur Miranda Azzi

 

  1. Miranda Azzi em cooperação com o grupo de estudos *Vers Deleuze

28 de outubro de 2018: Um Retrato Necropolítico 

Violões: Artur Miranda Azzi, *Eduardo Campolina, *João Morales, *Sebastián Barroso e *Renato Mendes.

 

Oficinas

  • Dobras barrocas: interpretação e transcrição a exemplo da Sonata BWV 1003, de J. S. Bach.

(11/05; 10:30 – 12:30 – Artur Miranda Azzi)

Breve introdução de ordem teórica contextualizando a produção para violino na Alemanha a partir do século XVII que foram essenciais para a elaboração das Seis Suites e Partias BWV 1001-1006. Analisaremos exemplos de transcrição de trechos da Sonata BWV 1003 e escutaremos e discutiremos gravações. Estão previstas duas Masterclasses que abordem obras de J.S. Bach.

 

  • Baixo cifrado ao violão: Introdução à regra de oitava

(12/05; 10:30 – 12:30 – Luigi Brandão)

Apresentação da regra de oitava ao violão por meio da introdução paulatina de cada uma de suas harmonias características; considerações sobre a relação entre a condução correta de vozes e a prática de baixo cifrado; realização de baixos simples em pequenos fragmentos musicais; cadências; o uso de suspensões e retardos; conduções 5-6 e 7-6 como formas alternativas de harmonizar uma escala diatônica no baixo. Breves considerações sobre modulações, figuras de acompanhamento e floreios melódicos.

 

  • A arte do trêmulo: Linguagem expressiva, técnica e interpretativa

(13/05; 14:00 – 16:00 – Roger Schena)

A oficina propõe a apresentação de recursos técnicos elementares que atuam de forma direta no desenvolvimento técnico e expressivo do trêmulo. Serão salientados aspectos como a concepção do toque, articulação, regularidade rítmica, amplitude sonora (exploração da dinâmica), divisão dos extratos musicais (acompanhamento e melodia), e por fim o conceito da musculatura flexora e extensora como agente potencializador da técnica do trêmulo.

 

Comunicações de pesquisa

Apresentações de 10 minutos com possibilidade de mais 10 minutos de debate.

 

Sessão A (11/05, 15:30)

  • João Henrique Cardoso

A pedagogia para violão do século XIX: aspectos técnicos, históricos e estilísticos

  • Luigi Brandão

Você falou intérprete musical? Reflexões sobre uma forma de arte

  • Henrique Lowson

Yamandu Costa e Performance Musical – aspectos gerais

  • Renan Índio

Proposta de uma edição de performance da obra “Prece”, de Carlos Alberto Pinto Fonseca (1933-2006)

  • Anderson Reis

“O outro lado nossa forma de pensar” Transcrição musical, tradução e escuta

  • Roger Schena

Coleção José Paschoal Guimarães: O acervo musical visto sob a ótica da reabilitação da linguagem do trêmulo no âmbito da música brasileira

  • João Morales

Revendo e expandindo o estatuto do performer

 

Sessão B (12/05, 15:30)

  • Artur Miranda Azzi

Isso não é um violão? Reflexões acerca de abordagens contemporâneas experimentais

  • Leonardo Amorim

“O estilo Bossa Nova”: Uma abordagem a partir da teoria de Ratner

  • Giuliano Coura

A obra para violão de Rufo Herrera

  • Cláudia Garcia

Palavras, sons e imagens: um estudo sobre o violão na prosa brasileira (edital PQ08/21-UEMG)

  • Renato Rosa

Estratégias pedagógicas na formação do performer violonista criativo

  • Vitor Gontijo

A presença do violão na coleção latino-americana da Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte

 

“O Violão em múltiplas perspectivas” I Colóquio Artístico-científico VIOrizontes