
NOTAS DE PROGRAMA
MENDELSSOHN nasceu numa família abastada e culta, que proveu a ele e à sua irmã Fanny todo apoio e educação artística, literária, cientifica e filosófica. Mesmo com uma vida relativamente curta, (38 anos), ele se tornou um dos músicos mais famosos do período inicial do romantismo, se destacando como compositor, regente, pianista, organista, educador e administrador. Estilisticamente, o musicólogo R. Larry Todd define sua música como “uma tensão fundamental entre classicismo e romantismo na geração de compositores alemães pós-Beethoven”.
A Abertura Sonhos de Uma Noite de Verão foi composta aos seus 17 anos. Em forma sonata, a exposição e a recapitulação se iniciam com 4 acordes na região aguda dos sopros, que são também ouvidos ao final da obra. Estes acordes abrem e fecham as cortinas da fantasia, nos transportando, com três temas, para o mundo encantado das fadas, elfos e burros, respectivamente, da narrativa Shakespeareana.
Também judeu, mas diferentemente de Mendelssohn, MAHLER era da classe média-baixa. Junto com Schoenberg, Berg e Webern representa a força progressiva na música vienense. Ele rompe com a tradição da sinfonia, uma estrutura em 4 movimentos e com certos tempos e estilos, a fim de, nas palavras do compositor, “construir um mundo com todos os meios técnicos à sua disposição”. Seu foco como compositor era a sinfonia e a canção, que para ele se influenciavam mutualmente, resultando em sinfonias imprevisíveis em termos de número e estilos dos movimentos, duração (movimentos variam de cerca de 45 minutos a 5 minutos), afetos; e para Mahler estes extremos retratam nosso dia a dia.
O Adagietto da Sinfonia n.5 faz parte de seu 2 período criativo, onde ele estava menos interessado em pensamentos programáticos, mas Willem Mengelberg, regente holandês, revela que ela é uma declaração de amor (sem palavras), do compositor para sua esposa Alma. A orquestração do Adagietto é mais leve que qualquer outro movimento sinfônico escrito por Mahler, somente cordas e harpa. Em forma ABA, as cordas se alternam entre as que cantam a melodia e as que sustentam a harmonia, enquanto a harpa acompanha com acordes quebrados. Sua força emotiva reside tanto nas suas melodias extremamente inspiradas, como em seu rico aspecto harmônico (em Fá Maior, passa por SolbM, LaM e ReM) e dinâmico (com intensidades que vão de pppp à ff).
Blumine foi composto originalmente como uma obra incidental, uma serenata ao luar, composta para a apresentação da peça “O trompetista de Säkkingen”, baseada no conto de Scheffel. Mahler utiliza Blumine como o segundo movimento da Sinfonia n.1, praticamente sem revisões. A sinfonia foi originalmente inscrita como poema sinfônico e continha cinco movimentos, organizados em 2 partes. Na revisão da obra Mahler adota o nome sinfonia e exclui Blumine por o julgar muito emotivo e se refere a ele como uma “loucura juvenil” do herói representado na 1 Sinfonia.
Em 1899 SIBELIUS escreveu uma série de 6 quadros representando episódios do passado Finlandês, um gesto nacionalista e de resistência. A música foi composta para as celebrações em homenagem à imprensa finlandesa num período de grande tensão política, durante o domínio da Rússia sobre a Finlândia. O poema sinfônico Finlândia é resultado da revisão do último quadro “A Finlândia Desperta”, se inicia com acordes fortes e expressivos nos metais e retrata a enorme força de resistência da nação finlandesa.
Iara Fricke Matte