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Harmonia I

aula 15 - dissonâncias características (6a adicionada e dominante com 7a)

José Henrique Padovani

tópicos: [aula 15]

1. “dissonâncias características”
2. acorde de dominante com 7a
3. acorde de 6a adicionada
4. evidências de uso/tratamento em Bach
5. instruções para o exercício 6

1. “dissonâncias características”

Capítulo 2, ítem 4, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 58–74)

Notas que não fazem parte da estrutura triádica e que no entanto têm um uso bastante carcaterístico no repertório tonal: o acorde de dominante com sétima [V7 ou D7] e o acorde de sexta acrescentada [iiø
6
5
ou S
6
5
].

Têm origem a partir de um contexto melódico: processos de condução de vozes que suavizam a movimentação melódica destas entre acordes diferentes [movimentos em grau conjunto e suspensões].

Como princípio geral, assim, é oportuno, nesse estilo, seguir esse tratamento melódico mais suave tanto para alcançar quanto para deixar essas notas ao realizar a condução de vozes.

Baseie-se em evidências do repertório para realizar os exercícios (veja como e onde esses acordes são empregados nos corais de Bach)

2. acorde de dominante com 7a

Na música do Renascimento e do Barroco inicial, a 7a sobre a dominante surge a partir de suspensões:


[MOTTE,D. The study of harmony: an historical perspective, 1991, p. 63]

A noção de um acorde autônomo, maior, com 7a menor e função de dominante, no entanto, surge no período de Bach.

2. acorde de dominante com 7a [2]

O trítono formado entre a 3a [sensível] e a 7a é uma característica distintiva da D7 que potencializa sua função tonal tensionadora.

Essas alturas resolvem, respectivamente, na fundamental e na 3a do acorde da tônica, e nunca devem ser dobradas!

Dado que o baixo, nos dois acordes, tende a ser a fundamental, a tendência é que o acorde de dominante D7 seja resolvido em um acorde de T com a quinta omitida.

2. acorde de dominante com 7a [3]

Apenas a 5a pode ser conduzida de maneira mais livre nessas resoluções.

Para se resolver um acorde de D7 em um acorde de T, temos a seguinte exceção: se a sétima ou a sensível estiverem em uma voz intermediária (contralto ou tenor), essa voz pode ser conduzida em sentido oposto àquele que naturalmente seria conduzida.

2. acorde de dominante com 7a [4]

Na Harmonia Funcional, o viio é considerado uma Dominante com fundamental omitida.

Geralmente, esse acorde tem a nota que seria a 5a do acorde de D no baixo. Além disso, essa nota é, obrigatoriamente, dobrada (já que não se pode dobrar sensível ou sétima).

2. acorde de dominante com 7a [5]

É bom, do ponto de vista estilístico, que toda dissonância seja “preparada”.

Por preparação nos refirimos a duas possibilidades principais:

1. Alcançar a nota por grau conjunto.

2. Preparar a dissonância como uma suspensão (atacá-la no acorde anterior como consonância e repetí-la ou prolongá-la como sétima) [ver exemplos no tópico 4]

3. acorde de 6a adicionada

Na música do Renascimento e do Barroco inicial, o acorde de 6a adicionada surge como maneira de se realizar uma condução de vozes mais suave em momentos cadenciais que compreendem sequências de T, S, D e T.


[MOTTE,D. The study of harmony: an historical perspective, 1991, p. 59]

3. acorde de 6a adicionada [2]

Ao antecipar a 5a da dominante, esse acorde propicia uma condução de vozes mais gradual e suave.

É importante salientar que o acorde de sexta adicionada é interpretado de maneiras diferentes na harmonia graduada e na harmonia funcional (ver vídeo abaixo)

4. evidências de uso/tratamento em Bach

Utilização de Python e music21 para buscar acordes e ver tratamento desses acordes em Bach

5. instruções para o exercício 6

Duas partes: (1) análise utilizando cifragem funcional e graduada; (2) planejar e harmonizar baixo dado utilizando cifragem funcional como ferramenta.

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