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Harmonia I

aula 06 - representação/cifragem de acordes tonais: visão geral e contexto de uso/aplicação

José Henrique Padovani

tópicos: [aula 6]

1. introdução
2. cifragem/representação de acordes: visão geral
3. cifragem “popular” [ou “de MPB” / “de violão” / “de Jazz”]
4. características / contexto / aplicações / particularidades

1. introdução

propósito geral: abordar, a partir de uma panorama mais amplo, as abordagens voltadas à representação/cifragem de acordes tonais

foco –> menos aquele de compreender em detalhes cada técnica/abordagem de cifragem (mesmo porque veremos em maiores detalhes isso ao longo do curso), e mais o de salientar as particularidades e características gerais relacionadas:

1. àquilo que de fato pretendem/permitem representar

2. ao conjunto de teoriais e abstrações que estão relacionadas a essas representações

3. os contextos de uso/aplicação dessas técnicas de cifragem

4. a algumas de suas limitações / idiossincrasias

2. cifragem/representação de acordes: visão geral

1. Técnicas de cifragem surgem em um contexto específico, associadas a práticas, gêneros e estilos específicos
[composição, análise, performance/improvisação, etc.]

a) uma técnica de cifragem voltada à prática instrumental (olhar e tocar) pode não ser menos clara em processos de análise, por ex.

b) uma técnica voltada à análise, por outro lado, pode ser menos adaptada (ao menos em um primeiro momento) em processos de performance/improvisação.

2. Uma cifragem/representação é, em certa medida, uma “maneira de pensar”.

a) baixo cifrado: acordes tonais são construções intervalares a partir de uma nota grave (baixo) em um dado contexto escalar
[armadura de clave/campo tonal]

b) cifragem por graus/números romanos: acordes tonais são construções intervalares a partir de baixos, e correspondem a esrtruturas acordais que podem ser formadas a partir fundamentais relacionadas aos graus da escala diatônica

c) cifragem “popular” / “de jazz” / “de MPB” / “de violão”: acordes tonais são construções intervalares a partir de fundamentais e arquétipos acordais específicos
[a representação de um acorde independe da armadura de clave e contexto tonal]

d) cifragem funcional: acordes tonais sempre estão relacionados a três funções principais, a saber, tônica, subdominante e dominante

3. Uma mesma técnica de cifragem possui “variantes”
[maneiras ligeiramente diferentes de se representar alterações, acordes menores/maiores, tonalidades relativas/antirrelativas, etc.]

2. cifragem/representação de acordes: visão geral [3]

pressuposto comum a esses sistemas...

acorde tonal mais simples é formado:

a) por uma fundamental (que será, também, o baixo nesse caso)

b) e por uma 5a, sobreposta a essa fundamental

c) por uma 3a, também sobreposta à fundamental

enquanto alguns desses sistemas de cifragem tomam a fundamental como ponto de partida para a cifragem de intervalos, outros têm como ponto de partida o baixo


[acorde de Dó Maior em estado fundamental]
2. cifragem/representação de acordes: visão geral [4]

considerando que...

nas próximas aulas vamos ver outros sistemas de cifragem
[nessa ordem: baixo-cifrado, cifragem por graus e cifragem funcional]

que vários de vocês, possivelmente, já conheçam melhor a chamada “cifragem popular”

vamos tomar hoje esse sistema de representação como ponto de partida para discutir alguns aspectos relacionados à representação/cifragem a partir dos pontos levantados anteriormente

3. cifragem “popular” [ou “de MPB” / “de violão” / “de Jazz”]

primeiramente: breve explicação/recapitulação sobre os princípios/pressupostos da chamada “cifragem popular”.

em seguida, algumas reflexões sobre os pontos levantados no slide 3, em especial:

  • ▪ o que de fato se pretende e se pode representar/cifrar
  • ▪ os contextos mais usuais de uso/aplicação dessa técnica de cifragem
  • ▪ limitações / idiossincrasias
  • ▪ contexto teórico

O vídeo a seguir corresponde ao documento disponibilizado em pdf na página da disciplina no Moodle.

4. características / contexto / aplicações / particularidades

algumas observações:

praticidade / pragmatismo: aspecto “WYSIWYG” (What You See Is What You Get) => “O que você vê é o que você obtém”

sistema versátil para tocar
[símbolos passam a representar fôrmas / arquétipos em cada instrumento]

contexto: empregado em livros/materiais voltados à harmonia/improvisação/arranjo na música popular / jazz
[especialmente pelo fato de as pessoas já estarem acostumadas ao símbolos/notação e não tanto pelo fato de ser um sistema de notação robusto do ponto de vista analítico-descritivo]

4. características / contexto / aplicações / particularidades [2]

não permite: ver rapidamente a relação entre acorde e contexto tonal / escalar
[a que grau da escala e tonalidade este acorde está relacionado?]

não é: uma cifragem baseada em funções harmônicas
[não pretende representar e não permite visualizar rapidamente a relação de um acorde com as funções de tônica, subdominante e dominante]

não é bem adaptada para diferenciar enarmonias, seja em fundamentais ou em alterações
[é comum ver enarmonias que seriam impróprias em outros sistemas de notação serem escritas por praticidade: ♭'s no lugar de ♯'s, 7as menores no lugar de 6as aumentadas, etc.]

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