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Harmonia I

aula 28 - empréstimo modal / mixture

José Henrique Padovani

tópicos:

1. introdução
2. acordes do modo menor em contexto maior
3. outros tipos de empréstimos/mixtures

1. introdução

Adaptado do Capítulo 2, ítem 16, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 176–177)

Os recursos de “mixture” / “empréstimo modal” se relacionam a uma concepção mais ampla do repertório de possibilidades harmônicas disponíveis em um determinado campo harmônico a partir da exploração de acordes originários de outros campos (geralmente com grau considerável de vizinhança)
Embora não seja necessário utilizar processos gerais de empréstimo modal no Trabalho 1 (tendo em vista que isso não é tão frequente no repertório que estamos estudando), veremos na aula 29 que os acordes de sexta aumentada podem ser compreendidos como derivações de processos de “empréstimo modal”/mixture.
[OBS: No Trabalho 1 é necessário usar ao menos um acorde de sexta aumentada!]
Embora não haja uma boa tradução do termo mixture para português, gosto desse termo porque ele deixa mais explícito processos de que envolvem não apenas o uso de acordes de regiões vizinhas como alterações desses acordes. Por outro lado, a expressão “empréstimo modal” pode dar a falsa ideia de uso de acordes específicos construídos sobre os modos gregos/eclesiásticos, concepção que, se é próxima de certos gêneros de MPB e de músicas do pós-romantismo, é totalmente estranha àquela da harmonia barroca/bachiana.

2. modo menor: características tonais e polarizações

O empréstimo de acordes do modo menor em contextos tonais-escalares maiores ocorre, sobretudo, na função da subdominante.
Enquanto o termo “empréstimo” possa dar a ideia de que Bach e seus contemporâneos recorriam diretamente a um “léxico de acordes” do modo menor, é muito mais realista a compreensão de que a alteração descendente na 3a do acorde de subdominante está antes relacionada à movimentação melódica de uma voz que substitui a nota da escala 6̂ por 6̂.
A partir disso, compreende-se porque, quando empregado, o acorde relacionada ao campo da subdominante menor costuma ter a nota correspondente a essa 6̂ alcançada e deixada de maneira suava (geralmente sendo alcançada e resolvida na nota 5̂ da escala).

https://youtu.be/UgMuqQeJuYc

[uso de acordes de subdominante menor em contexto maior - Coral 6 / BWV281]

3. outros empréstimos/mixtures

Ainda que não seja um assunto propriamente desse semestre, é conveniente ver rapidamente outras estratégias relacionadas a empréstimos e mixture:

https://youtu.be/VtcOYsIbhOk

5. exemplo


Nikolaus Harnoncourt
https://youtu.be/K5B9wEhHLX4

[uso de dominantes secundárias no modo menor - Coral 48 / BWV26/6]
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