http://musica.ufmg.br/padovani
"

índice:



Harmonia I

aula 23 - Uso de funções relativas em regiões maiores/menores

José Henrique Padovani

tópicos:

1. introdução
2. funções relativas / tonalidades vizinhas
3. funções relativas no modo maior
4. funções relativas no modo menor
5. exemplos

1. introdução

Adaptado do Capítulo 2, ítem 9, 10 e 11, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 128–147)

Como já vimos em vários corais, frases harmônicas geralmente utilizam, além das funções principais, as funções relativas (chamadas no livro de “tríades secundárias” ou de Parallelklänge [Sonoridades paralelas]).
Nessa aula vamos recapitular rapidamente as tríades principais e as tríades relativas e abordar seu uso idiomático, no contexto dos corais luteranos barrocos, em contextos maiores e menores

2. funções relativas / tonalidades vizinhas [recapitulação]

3. funções relativas no modo maior

As funções relativas menores podem ser empregadas em tempos fortes ou fracos do compasso e, geralmente, desempenham uma das duas funções:
a) substituir a função principal, especialmente a subdominante.
b) suceder a função principal, suavizando-a pela relativa menor (o inverso não ocorrerá com tanta frequência)
Esses dois usos, pontuais, explicam o motivo de não ser comum ocorrerem duas ou mais funções relativas em sequência (ao menos que se trate de uma modulação ou passagem por uma tonalidade vizinha): qualquer emprego mais extenso/insistente das funções relativas menores tende a enfraquecer a tonalidade da tônica e a conduzir a uma mudança de região harmônica.
[De fato, ou o encadeamento de relativos menores será realizado de maneira a sugerir o colorido geral do modo menor – sempre com os devidos tratamentos da 6ª e 7ª notas da escala menor, ou corre-se o risco, ao empregar acordes menores, de se criar uma sonoridade demasiadamente modal, o que foge ao estilo em questão.]

4. funções relativas no modo menor

Já em contexto tonal-escalar menor, as funções secundárias raramente acontecem de maneira isolada (com exceção da tA ou sR, a depender da interpretação, na cadência deceptiva).
Sequências de funções relativas maiores geralmente são utilizadas para criar uma polariação entre t e tR, de maneira análoga ao que ocorre, em modos maiores, entre T e D.
Se essa polarização na tR se estabelece de maneira mais estável, reafirmando-se, esse recurso serve para criar um deslocamento à região relativa maior vizinha.
Portanto, é mais comum que, em contextos tonais-escalares menores, sucedam-se dois mais acordes relativos maiores.

5. exemplos


Stuttgarter Kantorei
Stiftsbarock Stuttgart
Konzertmeisterin: Christine Busch
Leitung: Kay Johannsen
https://youtu.be/wqJDn5LLJHY?t=15

[Uso de funções relativas menores em contexto tonal-escalar maior - Coral 65 / BWV144/3]

Philipp Herreweghe, conductor
Collegium Vocale Gent
https://youtu.be/-fPg3suBQIc
[analisado na aula 19 [parte 1]]

[Uso de funções relativas menores em contexto tonal-escalar maior - Coral 78 / BWV244/3]
-->