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Harmonia I

aula 22 - Acordes de 7a diminuta e a suspensão de 9a-8a em acordes de dominante

José Henrique Padovani

tópicos:

1. introdução
2. o acorde de viiº7
3. a suspensão 9ª-8ª sobre a dominante
4. outros usos / observações

1. introdução

Adaptado do Capítulo 2, ítem 8, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 115–128)

O acorde viio7 surge do contexto escalar menor, podendo ser associado à estrutura harmônica do acorde de D.
Nessa aula abordaremos essas características harmônicas e o uso prático desse acorde e da suspensão de 9ª-8ª sobre o acorde de dominante.

2. o acorde de viiº7

Do ponto de vista funcional, o acorde de viio7 pode ser interpretado como um acorde de Dominante, em contexto tonal-escalar menor, com fundamental omitida, 7ª e 9ª.

Essa interpretação é reforçada pelo fato desse acorde contar com dois trítonos que resolvem na tríade da tônica.

No contexto dos corais de Bach, esse acorde é frequentemente utilizado para (1) expandir trechos na dominante, (2) substituir dominantes e (3) desempenhar o papel de dominante secundária.


Rundfunkchor Berlin
https://youtu.be/Rey-_2taFSk

[Acordes de viio7 no Coral 19 / BWV351 - Coral 19 / BWV351 ]

3. a suspensão 9-8 sobre a dominante

Como se pode ver nos acordes de viio7 do Coral 19, ele tipicamente prepara acordes de dominante a partir de uma suspensão de 9a-8a sobre a fundamental da dominante.


[em amarelo, 9as tratadas como suspensões ou apojaturas sobre a fundamental da dominante]

É de se notar, ainda neste coral, que mesmo quando esse acorde não é encadeado à dominante, a 9a resolve, melodicamente, por grau conjunto descendente.


[em amarelo, 9a condizida por grau conjunto descendente à 5a da tônica]

Esse tratamento melódico deve-se ao fato de o acorde de Dominante com sétima e nona não existir ainda, de forma autônoma, no estilo barroco.
Por esse mesmo motivo, é interessante, na condução de vozes, buscar alcançar a 9a de maneira suave.
[i.e.: por grau conjunto ou por figurações melódicas características]

4. outros usos / observações

Seguindo seu professor, Wilhelm Maler, De la Motte utiliza notações específicas para esse acorde de maneira a denotar conexões de sua função primordial (dominante) com aspectos intervalares que fazem alusão à subdominante ou, no contexto da preparação de acordes de 4ª e 6ª cadencial, à tônica.
Essas notações são consideravelmente idiossincráticas (não é comum encontrá-las em outros trabalhos) e, do meu ponto de vista, pouco úteis à compreensão da característica funcional desses acordes: por esse motivos, não as empregaremos.
No ítem 15. do capítulo 2, Motte aborda (utilizando tais notações) usos desse acorde como preparação de acordes de 4ª e 6ª ou como dominante secundária. Leia esses exemplos no seu instrumento, sempre dando atenção: (1) a como a 9a é alcançada e resolvida, e (2) a quais funções/regiões antecedem e sucedem o acorde em questão.
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