http://musica.ufmg.br/padovani
"

índice:



Harmonia I

aula 20 - acordes de sexta napolitana; acordes aumentados; planejamento dos trabalhos 1 e 2

José Henrique Padovani

tópicos: [aula 20]

1. introdução
2. acordes aumentados
3. acordes de 6a napolitana
4. planejamento inicial dos trabalhos 1 e 2

1. introdução

Capítulo 2, ítem 7, de The study of harmony: an historical perspective, de Diether de la Motte. (pp. 110–115)

Tal como ocorre com a 7a de dominante e a 6a adicionada, as dissonâncias específicas dos acordes aumentados e de 6a napolitana estão relacionados à movimentação melódica.
Assim, ainda que as particularidade harmônicas deles sejam bastante características (conferindo uma sonoridade característica a ambos), a compreensão desses acordes passa pela compreensão de como essas movimentações melódicas acabam por gerar essas especificidades harmônicas.

2. acordes aumentados

Como foi mencionado a aula 13, um dos axiomas a partir do qual Riemann propõe a Harmonia Funcional é aquele de que só existiriam acordes maiores e menores.
Quanto aos acordes diminutos, vimos como eles ora podem ser interepretados como dominantes com 7a com fundamental omitida, ora como subdominante com 6a (s6).
Como, então, interpretar acordes que possuem a 5a aumentada?
2. acordes aumentados [2]
As tríades aumentadas, que podem ser formadas a partir das alturas do complexo escalar menor, surgiram pela primeira vez no tempo de Bach. (...) Uma tríade aumentada se forma a partir das alturas do complexo escalar menor quando uma tríade construída a partir do terceiro grau contém a forma elevada da 7a nota da escala enquanto 5a do acorde. (...) Entretanto, ela raramente era empregada enquanto sonoridade independente. Ao contrário, a nota dissonante da terça aumentada é usualmente tratada como uma suspensão, seja sobre a dominante, seja sobre a tônica.
[DE LA MOTTE, Diether. The study of Harmony. 2011, p. 110]
 


[coral 49 / BWV382 - exemplo de uso de acorde aumentado por Bach]


[coral 73 / BWV334 - exemplo de uso de acorde aumentado por Bach]

3. acorde de 6a napolitana

Também relacionado ao campo menor, o acorde de sexta napolitana surge, ainda no contexto do séc. XVII, a partir de figurações melódicas de suspensão ou apojatura, sobre o acorde de subdominante.
Esse acorde pode ser explicado, em sua origem, como originário de um movimentações cromáticas de alguma das vozes superiores no contexto do acorde de s6, o que faz com que ele se torne s6> ou sn
Do ponto de vista da harmonia graduada, esse acorde é geralmente cifrado como II6, N6 ou Np6.
Embora esse acorde seja denominado como “2º grau frígio”, é importante ressaltar que ele não é empregado em um contexto modal, mas como mecanismo de tensionamento cromático no campo da subdominante que, em geral, conduz à dominante.
[trataremos mais desse tópico quando falarmos de “mixture” e “empréstimo modal”]
Ainda que o uso do acorde de 6a napolitana seja mais raro nos corais de Bach, o exemplo a seguir demonstra seu uso em um contexto prático pelo compositor.


[coral 262 / BWV2.6 - exemplo de uso de acorde de 6a napolitana por Bach]



Stuttgarter Kantorei
Stiftsbarock Stuttgart
Konzertmeisterin: Christine Busch
Leitung: Kay Johannsen
https://youtu.be/PMYUfl-zesA?t=15

No trabalho 1, ainda que seja menos frequente no contexto dos corais bachianos, buscaremos aplicar ao menos uma vez um acorde de 6a napolitana (i.e., necessariamente na 1ª inversão).

Esse uso será, nesse momento, apenas em contextos de tonalidade menor tendo em vista que no modo maior o acorde napolitano exige duas alterações (o que é mais incomum nesse estilo).


4. planejamento inicial dos trabalhos 1 e 2

A partir do que foi visto nas últimas aulas e nas diretrizes gerais para os trabalhos 1 e 2, envie pelo Moodle até a próxima 4ª feira, 14/out, o planejamento inicial (Ex. 8) do coral que será o trabalho final 1 e um outro documento (Ex. 9), com as ideias iniciais para o trabalho 2.
Ex. 8): tonalidades, fermatas e tipos de cadencias a serem empregadas nas frases do coral (mínimo de 6 frases!)
Ex. 9): ideias, rascunhos, referências, etc, que te servirão de base para elaborar o trabalho 2. Você pode reunir os documentos em um arquivo zip, se preferir.
-->